[Não quero ser apóstolo!]
Os PASTORES POSSUEM UM fino senso de humor. Muitas vezes, reúnen-se contam casos folclóricos, descrevem tipos pitorescos e narram suas próprias gafes. Riem de si mesmo e procuram extravasar na gargalhada as tensões que pesam sobre os seus ombros. Ultimamente, fazem-se piadas dos titulos que os líderes estão conferindo a si próprios. É que está havendo uma certa, digamos,volúpia em pastores se promoverem a bispos e apóstolos. Numa reunião, diz a anedota, um perguntou ao outro: "Você já é apóstolo?" O outro teria respondido: "Não, e nem quero. Meu desejo agora é ser semideus. Apóstolo está virando arroz de festa, e meu ministério é tão especial que somente o título de semideus cabe a mim". Um outro chiste que corre entre os pastores é que se no livro do Apocalipse o anjo da igreja é um pastor,logo, aquele que desenvolve um ministério apostóloico seria um "arcanjo". Já decidi! Não quero ser apóstolo! O pouco que conheço sobre mim mesmo faz-me admitir, sem falsa humildade, que eu não teria condições espirituais de ser um deles. Além disso, não quero que minha ambição por sucesso ou prestígio, que é pecado, se transforme em choça. O apóstulado consta entre os cinco ministério locais descritos pelo apóstolo Paulo em Efésio 4.11. Não há como negar os apóstolos foram estabelecidos por Deus em primeiro lugar, antes dos profetas, mestres, operadores de milagres e curas, aqueles que prestam socorro,aqueles que givernam e aqueles que falam variedades de línguas. Mas resigno-me contente à minha simples posição de pastor. Já que nem todos são apostolos, nem todos são profetas, nem todos são mestres ou operadores de milagres, como consta em 1 Coríntios 12.29, parece não haver demérito em ser um mero obreiro. Meus parcos conhecimentosdo grego não me permitem grandes aventuras léxicas. Mas qualquer dicionário teológico serve para ajudar a enterder o sentido neotestamentário do verbete "apostólo", ou "apóstolado". Vejamos o que registra a Enciclopédia histórico-Teológica da Igreja Cristã: O uso bíblico do termo "apóstolo" é quase interramente limitado aao Novo Testamento, onde ocorre setenta e nove vezes; dez vezes nos evangelhos, vinte e oito em Atos, trinta e oito nas epístolas e três no apocalipse. Nossa palavra em português é uma transliteração da palavra grega apostolos, que é derivado de apostellein, enviar. Embora várias palavras com significado de enviar sejam usadas no Novo Testamento, expressando idéias como despachar, soltar, ou mandar embora, apostellein enfatiza os elementos da comisão a autoridade de quem envia e a responsabilidade diante deste. Portanto, a rigor, um apóstolo é alguém enviado numa missão específica, na qual age como plena autoridade em favor de quem o enviou, e que presta contas a este. Jesus foi chamado de apóstolo em Hebreus 3.1 Ele falava os oráculos de Deus. Os dozes discípulos mais próximos de Jesus também receberam esse título. Parece que o número de apóstolos era fixo, porque há um paralelismo com as doze tribos de Israel. Jesus se refere a apenas doze tronos na era vindoura(Mt 19.28;cf Ap 21.14). Depois da queda de judas, e para que se cumprisse uma profecia, ao que parece, a igreja sentiu-se obrigada, no primeiro capítulo de Atos, a preencher esse número. Mas, na história da igreja, não se tem conhecimento de esforço para selecionar novos apóstolos para suceder áqueles que morreram (At 12.2). Com o passar do tempo,as exigências para que alguém se qualificasse ao apostolado já não poderiam se cumprir. É necessário, pois, que,dos homens que nos acompanharam todo o tempo que o Senhor Jesus andou entre nós, começando no batismo de João, até ao dia em que dentre nós foi levado às alturas, um destes se torne testeminha conosco da seua ressurreição (At 2.21-22). Portanto, alguns dos melhores exegetas do Novo testamento concordam que as lista ministeriais de 1 Coríntios 12 e Efésios 4 referem-se exclusivamente aos primeiros, e não a novos apóstolos. Há, entretanto, a peculiaridade do apostolado de Paulo. Uma execeção que confirma a regra. Na defesa de seu apostolado em 1 Coríntios 15.9, ele afirma que foi testemunha da ressurreição (viu o Senhor na estrada de Damasco), mas reconhece que era um abortivo (nascido fora de tempo). "Porque sou o menor dos apóstolos,que mesmo não sou digno de ser chamado apóstolo, poispersegui a igreja de Deus"(1Co 15.10). Otestemunho de mais de dois mil anos de história é que os apóstolos foram somente aqueles dozes homens que andaram com Jesus e foram comissionados por ele para serem as colunas da igreja, comunidade espiritual de Deus. O que preocupa em relação aos apóstolos pós-modenos é ainda mais grave. está ligado à nossa natureza, que cobiça o poder, que se encanta com títulos e que fez do sucesso uma filosofia ministerial. tem acontencido uma corrida frenética nas igrejas para ver quem é o maior, quem está na vanguarda da revelação do Espírito Santo e quem ostenta a unção mais eficaz. Tanto que os que se afoitam ao título de apóstolo são l´deres de ministérios de grande visibilidade e que conseguem mobilizar grandes multidões. Possuem um perfil carismático, sabem lidar com massas e, infelizmente, são ricos. Não quero ser um apóstolo porque não desejo a vanguarda da revelação. desejo ser fiel ao leito principal do cristianismo histórioco. Não quero uma nova revelação que tenha sido despercebida por Paulo, Pedro, Tiago ou judas. Não quero ser apóstolo porque não quero me distanciar dos pastores simples, dos missionários sem glamour, das mulheres que oram nos círculos de oração e dos Santos homens que me precederam e que não conheceram as tentações dos megaeventos, do culto espetáculo e da vangloria da fama. Não quero ser apóstolo porque não acho que precisemos de títulos para fazer a obra de Deus, especialmente quando eles nos conferem status.Aliás, estou disposto até mesmo abrir mão de ser chamado pastor, se isso representar uma graduação, e não uma vocação ao serviço. Não desdenho as pessoas. Apenas sinto um profundo pesar em perceber que a ambiência evangélica conspira para que homens de Deus sintam-se tão atraídos à ostentação de títulos, cargos e posições. Embriagados com a exuberância de suas próprias palavras, crentes que são especiais aceitam os aplaisos que vêm dos homens e esquecem que não foi esse o espírito que norteou o ministério de Jesus de Nazaré. Jesus nos ensinou a não cobiçar títulos e a não aceitar as lisonjos humanas. Quando um jovem rico o saudou com um "Bom Mestre", rejeitou a interpelação:"Por que me chamas bom? Ninguém é bom senão um, que é Deus" (Mc 10.17,18). A mãe de tiaogo e João pediu um lugar especial para os seus filhos. Jesus aproveitou o mal-estar causado para ensinar: Sabeis que os governadores dos povos os dominam e que os maiorais exercem autoridade sobre eles. Não é assim entre vós; pelo contrário, quem quiser ser tornar grande entre vós, será esse o que vos sirva; e quem quiser ser o primeiro entre vós será vosso servo; tal como o filho do homem, que não veio para ser servido, mas para servir e dar a sua vida em resgate de muitos.(Mt 20. 25,28). Os pastores estão se esquecendo do principal. Não fomos chamados para ter ministérios bem-sucedidos, mas para continuar o ministério de Jesus, que foi amigo dos pecadores e compassivo com os pobres, e identificou-se com as dores das viúvas e do órfãos. Ser pastor não é acumular conquistas acadêmicas, não é conhecer políticos poderosos, não é ser um gerente de grande empresas religiosas. Pastorear é caminhar ao lado da família que acaba de enterrar um filho prematuramente e que precisa experimentar o consolo do Espírito Santo. Pastorear é ser fiel a todo o conselho de Deus; é ensinar ao povo a meditar na palavra de Deus. Ser pastor é amar os perdidos como o mesmo amor com que Deus os ama. Pastores, não queiram ser apóstolos, mas busquem o secreto da oração. Não ambicionem ter megaigrejas, mas busquem ser achados despenseiros fiéis dos mistérios de Deus. Não se encantem com o brilho deste mundo, mas busquem ser apenas serviçais. Não alicercem seus ministérios sobre o ineditismo, mas busquem manejar bem a palavra da verdade, aquela mesma que Timóteo ouviu de Paulo e que deveria transmitir a homens fiéis e idôneos, que por sua vez instruiriam a outros. Pastores, não permitam que os seus cultos se transformen em shows. Não alimentem a natureza terrena e pecaminosa das pessoas; preguem a mensagem do Calvário. Santo Agostinho afirmou: " O orgulho transformou anjos em demônios". Se quisermos nos parecer com Jesus, sigamos o conselho de Paulo aos filipense: Tente o mesmo sentimento que houve também em Cristo Jesus, pois Ele subsistindo em forma de Deus, não julgou como usurpação o ser igual a Deus; antes, a si mesmo se esvaziou, assumindo a forma de servo, tornando-se em semelhança de homens; e , reconhecido em figura humana, a si mesmo se humilhou, tornando-se obediente até à morte e morte de Cruz (Fp 2.5-8).
Visto que o mundo esta evoluindo muito rapido. O ministério de Jesus é o mesmo.
ResponderExcluirQue seus mandamentos não mudaram.
(Lc 21-33)Passará o céu e a terra, mas as minhas palavras não hão-de passar.
Devemos zelar da doutrina e evangelizar em vez de se preucupar com ostentações de cargos e títulos.
O ministério apostolico creio ser apenas para os 12 Dicipulos de Jesus é com exeção do apostolo Paulo.
Pois Duas são as condições para ser apóstolo: Ter participado na vida pública de Jesus e ser testemunha da Ressurreição.
Preucupe-mos mais com as almas perdidas e a evangelização do mundo até que Jesus volte. deixe-mos de lado os títulos.
Pois título Maior foi nos imposto por Deus.
"foi primeiro em Antioquia [Siria] que os discipulos, por providência divina, foram chamados Cristões." (At 11:26).